Comércio exterior: quais as perspectivas do setor para o ano de 2024? - MASSY

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Comércio exterior: quais as perspectivas do setor para o ano de 2024?

Novo Processo de Importação (NPI) é peça-chave para alavancar o segmento

Com a chegada de 2024, são esperados novos ventos para as relações comerciais entre o Brasil e o mundo.  A expectativa é de uma retomada econômica mais robusta do que a vista nos últimos anos, impulsionada pela implementação de políticas internacionais e o avanço de segmentos como petróleo, agronegócio e e-commerce. A diversificação das parcerias comerciais, especialmente os acordos bilaterais, promete ampliar as oportunidades de exportação e importação para setores-chave da economia brasileira. A avaliação é de Bruno Barbeito, especialista em comércio exterior e diretor-presidente da Massy Internacional.

Segundo Barbeito, com o Brasil à frente de blocos importantes, como os BRICS e o Mercosul, novos acordos comerciais devem se desdobrar ao longo do ano, resultado das intensas negociações em curso com diversas organizações e países. “O Brasil tem mostrado uma presença diplomática internacional muito forte. Está em discussão o acordo entre Mercosul e União Européia, um projeto que deve ampliar muito a nossa atuação no mercado externo”, explica. Caso seja ratificada, a parceria proporcionará ao Brasil acesso privilegiado aos 27 países membros da UE, promovendo a expectativa de crescimento na geração de empregos e substancial aumento nas exportações.

Vale ressaltar que o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 100 bilhões exportados à China, maior montante já comercializado pelo país a um parceiro comercial. Foram US$ 105,7 bilhões em vendas ao país asiático no ano passado, alta de 16,5% em comparação com 2022. O minério de ferro foi um dos produtos mais exportados. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Midc).

Importações

O segmento de importações deve enfrentar mais um ano de desafios, devido ao impacto das guerras e conflitos mundiais, como Rússia e Ucrânia, porém, Barbeito avalia que 2024 deve trazer um respiro para o setor no Brasil, que promete mudanças estruturais importantes como o Novo Processo de Importação (NPI). “Desburocratizar os trâmites de importação é fundamental para o crescimento econômico. O modelo atual gera altos custos nas operações, o que acaba desanimando os investidores e sobrecarregando os preços dos produtos. Estamos na expectativa que o NPI seja estruturado este ano e passe a valer em 2025, tornando as importações mais acessíveis”, destaca Bruno.

O Novo Processo de Importação (NPI) representa uma medida disruptiva para empresas da área. Esse método busca reduzir a burocracia, simplificando e informatizando as operações de importação, assim como ocorre na Declaração Única de Exportação (DU-E). Com o NPI, o importador fornecerá todas as informações necessárias para os órgãos envolvidos de uma só vez. Esse procedimento unificado inclui o Catálogo de Produtos, Operador Estrangeiro, Declaração Única de Importação (DUIMP), Licença, Permissão, Certificado e Outros Documentos (LPCO), Pagamento Centralizado de Comércio Exterior (PCCE) e o sistema de Anexação de Documentos, simplificando e otimizando o processo de importação.

A onda do e-commerce

A expansão do e-commerce internacional surge como outra tendência relevante para este ano, proporcionando um canal mais eficiente para empresas internacionais alcançarem consumidores brasileiros. “Estamos vivendo o fenômeno do e-commerce asiático, com produtos para casa, eletrônicos, vestuário, tudo com preço competitivo. Esse é outro ponto de atenção para 2024, saber explorar esse momento de oportunidade”, reforça.

Medidas de governo

Os projetos e ações do governo federal para a economia também devem refletir de forma positiva nas transações comerciais internacionais. Uma das apostas do ano é a implementação da nova Reforma Tributária, que tem dentre seus objetivos a criação de formas específicas de arrecadação de impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que terá sua receita administrada pela União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), com a receita administrada pelos estados e municípios. A partir da CBS e do IBS será definido o Imposto Sobre o Valor Agregado (IVA) dual, o qual deve ser efetivado por meio de lei complementar. “A expectativa do setor é que a reforma reduzirá o Custo Brasil, que representa hoje quase 40% do lucro das empresas do setor. Com impostos unificados, desburocratização e acordos de livre comércio, o crescimento é certo”, finaliza Bruno.

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